Amar verbo intransitivo

Elza, a governanta alemã contratada pelo rico-de- -repente Felisberto, tem como missão cuidar da iniciação sexual de Carlos, o primogênito da família Sousa Costa. Dividida entre a razão e a emoção, ela espera receber os oito contos pelos serviços prestados e voltar para a Alema- nha (de onde fugiu durante a Primeira Guerra Mundial) para casar-se com o homem dos seus sonhos. Amar, verbo intransitivo marcou a estreia de Mário de Andrade como autor de prosa em 1927. A obra faz uma crítica social aomodo de vida dos novos-ricos paulistanos, que enchiam a biblioteca de suas mansões com livros, mas nunca os liam. O texto chocou os intelectuais da época por experimentar uma nova “língua brasileira”, mais colo- quial, e quebrar com as regras da norma culta. A história teve como uma de suas fontes de inspiração a professora de alemão Käthe Meichen-Blosen, por quem Mário de Andrade nutriu uma paixão platônica. Enquanto escrevia Amar, verbo intransitivo , o autor lia muito sobre psicanálise, crítica musical e literária. A obra traz referências a movimentos artísticos, como o Expres- sionismo alemão. E a maneira como é contada, com recor- tes cinematográ cos, mostra que o autor estava buscando quebrar paradigmas na forma de narrar. A adaptação para os quadrinhos dá um passo adiante e transpõe, pelas mãos do artista Guazzelli e do roteirista Ivan Jaf, esta história para a nona arte, amplificando aindamais os seus sentidos. Bônus: depois dos quadrinhos, você encontrará infor- mações e curiosidades sobre a época em que a história se passa, além de um making of imperdível. CRÍTICA SOCIAL MODERNISTA 3

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