Apenas diferente

9 aos dois anos, quando não conseguia falar o nome todo do irmão. Nicolau gostava. Do apeli- do e do irmão. Sempre conversava com Ariel e, às vezes, contava algum de seus segredos. Um dia, resolveu falar sobre o avô, na tenta- tiva de que pelo menos o irmão acreditasse nele. Mas Ariel não tinha muita certeza se acreditava na tal história do irmão ver o avô. –– Por que você guardou a caixa de música que era do vô, Nico? Ele morreu. Já era, cara. Ficar lembrando só deixa a gente triste. Eu não gosto de pensar nisso. — Eu não fico triste, não, Ariel. A música dessa caixinha é um pedaço do vô que ficou comigo. Não sinto que ele tenha morrido, pra mim ele tá aqui. Nessa música, cuidando da gente. — Que papo brabo, Nico. Tô começando a achar que você tá ficando esquisito mesmo. — Até você, Ariel!

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