Bem-vindos à casa da neblina

8 bolo com cobertura de chocolate e outro de chantili, eram apenas as mochilas de Jadico e Lucas. – Tem certeza de que não esqueceu mais nada, seu César? – perguntou dona Dolores. – Tenho! Por quê? – bradou o pai. – Por nada, não. A diretora esboçou um sorriso. O homem voltou para a van em meio minuto e logo já estava na estrada, à procura de um retorno. Lucas e Jadico sabiam o quanto as entregas estavam atrasadas... – Podemos ir! – disse dona Dolores para o motorista, depois de soltar um longo suspiro. Ela retornou ao seu lugar após entregar as mochilas aos seus donos. Daí a pouco ela começou a tirar um cochilo, embalada pelo burburinho dos meninos conversando. Acordou pulando da poltrona, pensando ter ouvido um tiro. – O que foi isso? – ela perguntou. – Ih, furou um pneu – falou Gumercindo. Todos saíram para ver o motorista trocar o pneu, ajudado pela diretora – que, na verdade, só atrapalhou. Na hora de voltar para o ônibus, faltavam dois alunos. Lucas e Jadico haviam entrado no mato. Charles foi encarregado de procurá-los. Demorou um tempinho para que regressassem. Os irmãos explicaram que foram fazer pipi e acabaram se distraindo com uma goiabeira na qual ainda havia algumas goiabas que os passarinhos não tinham bicado. Rodaram mais uns poucos quilômetros, quando pegaram um engarrafamento na estrada. Havia um protesto dos moradores daquela região, que exigiam a construção de uma passarela. Os carros, parados, formavam uma longa fila, que custou a se desfazer. Dessa vez ninguém pôde descer do veículo. Dona Dolores mandou que a turma cantasse as cantigas que ela havia ensinado. Como o repertório não era muito variado, o coral acabou repetindo “Fui no Tororó” 1 e o “Tutu Marambá” 2 , temas de preferência de uns e outros, umas tantas vezes. Foi assim que chegaram, bastante atrasados, à cidade que iriam visitar.

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